sexta-feira, 5 de outubro de 2007
A autoestrada (ou será a vida?)
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Conto "Trezentas Onças"
O conto traz a história de Blau Nunes, um tropeiro que foi encarregado de levar trezentas onças de ouro como pagamento do gado adquirido pelo patrão. No caminho, o personagem resolve descansar à beira de um rio, no qual banhou-se. Porém, ao retomar a viagem, esquece a guaiaca em que estava o dinheiro.
Apesar dos esforços do cão que o acompanhava, na tentativa de alertá-lo do esquecimento, seguiu a galope despreocupadamente. Ao entardecer, quando chegava à estância onde passaria a noite, lembrou-se da guaiaca com as trezentas onças que deixara para trás. Somente agora compreendia tamanha inquietação de seu cachorro.
Desesperado, decidiu voltar para procurar o dinheiro. Quando saía da fazenda, passou por uma comitiva de tropeiros que estava chegando. Quanto mais se aproximava do local onde lembrava ter deixado a guaiaca, mais aumentava sua ansiedade.
A noite chegara, mas ainda assim reconheceu o lugar onde havia parado. Blau Nunes então desceu do cavalo e começou a procurar as trezentas onças. Após verificar todo o espaço no qual poderia estar a guaiaca sem nada encontrar, desiste da procura, retornando à estância. Enquanto galopava, pensava no gado que teria de vender para pagar ao menos parte da quantia.
Ao chegar novamente à fazenda, dirigiu-se para a caso do estancieiro onde estavam os demais tropeiros da comitiva. Na sala, conversavam e saboreavam um mate amargo. Blau Nunes cumprimenta a todos e só então percebe que sobre a mesa, ao lado da chaleira, estava a guaiaca, "barriguda, por certo com as trezentas onças, dentro."
A principal característica deste conto, assim como de todo o livro, é a linguagem regionalista utilizada pelo autor. Muitas palavras e expressões que caracterizam a fala e indumentária gaúcha aparecem no decorrer do texto. A guaiaca, por exemplo, é uma peça pendurada à cinta utilizada geralmente para carregar dinheiro e outros objetos. Para o leitor que não é do Rio Grande do Sul, ou mesmo àqueles que aqui moram mas desconhecem a cultura gaúcha, tal linguagem pode causar certo estranhamento.
Contudo, a maestria com que João Simoes Lopes Neto conduz a narrativa, destacando as características do homem e do solo gaúcho, faz da obra uma unanimidade. O singular encaixe entre as cenas e os personagens torna a leitura dinâmica e bastante prazerosa. Ao final deste ou de outro conto, dificilmente o leitor irá fechar o livro sem antes ler uma série de outras histórias.
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Canibais: Paixão e Morte na Rua do Arvoredo
Tudo bem, eu sei que a receita parece um pouco indigesta, mas o livro tem um equilíbrio entre as duas palavras que formam o seu sub título (paixão e morte), que é notável, realmente é uma história inteligente e forte, sobre um fato quase esquecido da história da capital, vamos aos ingredientes.
Primeiramente, pegamos um escritor que na opinião desse humilde acadêmico, é um dos melhores da nova geração de literários, o colunista esportivo do jornal Zero Hora, David Coimbra, que em suas crônicas consegue ligar qualquer fato (em especial mulheres) ao futebol. Com uma narrativa que prende o leitor em um suspense surpreendente, um tema forte, que é tratado como o "maior dos crimes", uma descrição sobre uma Porto Alegre ainda em formação, temos uma receita para um ótimo livro.
Calma, calma, só estou aumentando o suspense, ja vamos entrar na história. O serial killer em questão é o açougueiro José Ramos, um homem culto, sensível amante da música clássica e de poesia, que juntamente com sua esposa, a alemã, Catarina Palse, mataram dezenas de pessoas e com os restos fazem as famosas lingüiças, o processo para se preparar esse ingrediente era muito bem planejado. Catrina saía pelas ruas da capital e anadava pelas ruas pouco iluminadas e becos da cidade atrás de uma vítima em potencial. Quando o cordeirinho encontrava a loira de olhos verdes numa época em que mulheres de respeito não saíam na rua naquele horário, era levado até o açougue.
O sucesso do prato se espalhava pela cidade ( sabe aquelas delicias que só existe em cidade pequena e todo mundo conhece), até o momento em que a caçadora de homens, Catarina se aproxima do sapateiro Walter Scherer, também alemão, um homem com certa instrução e posses, que era vizinho do casal e do açougue, para esse personagem, as melhores coisas da vida eram seus amigos, e os recebia todos os dias na sua sapataria onde conversavam tomavam chimarrão e sempre que podiam, comiam as lingüiça feitas por José Ramos. Espera um pouco essa receita está meio doce demais!, a é então vamos dar uma apimentada.
A aproximação dos dois começou a preocupar o açougueiro, na mesma proporção em que o interesse de Catarina aumentava pelo vizinho, surge um problema, José iria perder sua caçadora e Catarina temia pela vida de Walter. HUmmm agora sim tá ficando bom, no desenrolar da história, que segue nesse jogo de gato e rato, onde a polícia começa a suspeitar dos desaparecimentos na região.
Este escrito acaba por aqui, garanto que ficou com agua na boca né, mas em uma história de suspense eu não posso contar o final, se não perde a graça, espero ter despertado o apetite de vocês.
http//www.planetanews.com/autor/DAVID%20COIMBRA, e pessoal aí está um link para quem quer saber mais sobre os livros de David Coimbra, até o próximo post.
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Primeiro ingrediente: “A orelha de Van Gogh”.
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
A refeição está servida, acomodem-se!
É com o intuito de preparar uma grande sopa - de sustância mesmo - que nasce o ¡Sopão de Letras!, um blog produzido e assessorado por alunos do 4° semestre do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Os nossos mestres-cucas prepararão diariamente escritos sobre contos, poemas, e outras formas de expressão literária, para vocês sentirem o doce sabor da literatura latino-americana. Os ingredientes adicionados a cada dia poderão vir de todas as partes das Américas, e assim o sopão ganhará - de forma imprevisível - um sabor deveras consistente. Para dar um gostinho a mais, temperaremos as letras oferecendo links de sites e blogs úteis, bem como eventualmente algumas entrevistas com escritores e arquivos de áudio e vídeo.
Pues entonces... Estão com fome?