quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Canibais: Paixão e Morte na Rua do Arvoredo

Hum que fome, que tal colocarmos uma iguaria da culinária porto-alegrense? Em meados do século XIX, era dito que as melhores lingüiças eram feitas no açougue do Sr. José Ramos. Gostou? Então temos um problema, as famosas lingüiças, quase sem gordura e feitas de uma carne tenra e macia tinham como base os pacatos habitantes de uma Porto Alegre que pouco se parece com a atual.

Tudo bem, eu sei que a receita parece um pouco indigesta, mas o livro tem um equilíbrio entre as duas palavras que formam o seu sub título (paixão e morte), que é notável, realmente é uma história inteligente e forte, sobre um fato quase esquecido da história da capital, vamos aos ingredientes.

Primeiramente, pegamos um escritor que na opinião desse humilde acadêmico, é um dos melhores da nova geração de literários, o colunista esportivo do jornal Zero Hora, David Coimbra, que em suas crônicas consegue ligar qualquer fato (em especial mulheres) ao futebol. Com uma narrativa que prende o leitor em um suspense surpreendente, um tema forte, que é tratado como o "maior dos crimes", uma descrição sobre uma Porto Alegre ainda em formação, temos uma receita para um ótimo livro.

Calma, calma, só estou aumentando o suspense, ja vamos entrar na história. O serial killer em questão é o açougueiro José Ramos, um homem culto, sensível amante da música clássica e de poesia, que juntamente com sua esposa, a alemã, Catarina Palse, mataram dezenas de pessoas e com os restos fazem as famosas lingüiças, o processo para se preparar esse ingrediente era muito bem planejado. Catrina saía pelas ruas da capital e anadava pelas ruas pouco iluminadas e becos da cidade atrás de uma vítima em potencial. Quando o cordeirinho encontrava a loira de olhos verdes numa época em que mulheres de respeito não saíam na rua naquele horário, era levado até o açougue.

O sucesso do prato se espalhava pela cidade ( sabe aquelas delicias que só existe em cidade pequena e todo mundo conhece), até o momento em que a caçadora de homens, Catarina se aproxima do sapateiro Walter Scherer, também alemão, um homem com certa instrução e posses, que era vizinho do casal e do açougue, para esse personagem, as melhores coisas da vida eram seus amigos, e os recebia todos os dias na sua sapataria onde conversavam tomavam chimarrão e sempre que podiam, comiam as lingüiça feitas por José Ramos. Espera um pouco essa receita está meio doce demais!, a é então vamos dar uma apimentada.

A aproximação dos dois começou a preocupar o açougueiro, na mesma proporção em que o interesse de Catarina aumentava pelo vizinho, surge um problema, José iria perder sua caçadora e Catarina temia pela vida de Walter. HUmmm agora sim tá ficando bom, no desenrolar da história, que segue nesse jogo de gato e rato, onde a polícia começa a suspeitar dos desaparecimentos na região.

Este escrito acaba por aqui, garanto que ficou com agua na boca , mas em uma história de suspense eu não posso contar o final, se não perde a graça, espero ter despertado o apetite de vocês.


http//www.planetanews.com/autor/DAVID%20COIMBRA, e pessoal aí está um link para quem quer saber mais sobre os livros de David Coimbra, até o próximo post.

3 comentários:

Luísa Dalcin disse...

David Coimbra é o cara!

... disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
... disse...

Discordo que o David seja um dos melhores escritores. Se esforça para ser um Nelson Rodrigues, no entanto é muito arrogante. De outro lado, as metáforas utilizadas em seu livro, tal qual o porão, me parece um plágio da peça o Sweeney Todd: o Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, de Christopher Bond, de 1973 que, posteriormente, em 1979 peça de Bond foi adaptada para um musical da Broadway em 1979, por Stephen Sondheim e Hugh Wheeler.