Um verme devora o corpo de uma jovem mulher. Assim começa "À Beira do Corpo" do escritor gaúcho Walmir Ayala, um livro que narra uma história de amor e perdição em uma cidade do interior. Em uma crítica à hipocrisia que transpassa as cidades, em especial as pequenas, o autor traz a história de Bianca, uma jovem apaixonada e trágica que sonha em viver o seu grande amor, apesar de saber que se trata de um sentimento proibido. Já na primeira página sabe-se que o final de Bianca é triste: ela é o corpo devorado pelo verme que serve de narrador de sua vida e desgraça. Filha de um homem rude e próspero da cidade, a moça está noiva do trabalhador Vicente, um homem que admira e com quem se sente segura. Esse conto de fadas, porém, é interrompido quando ela conhece Sebastião, um tenente da brigada militar casado por quem a personagem sente uma atração incontrolável. Bianca casa-se com Vicente e engravida, mas não tarda a começar um caso com Sebastião. Com a ajuda da empregada, Flora, ela mantém um rumoroso caso que escandaliza a pequena cidade. A jovem briga com a família e posteriormente com a cúmplice que, como vingança, conta para o marido a traição. O final é sabido: Vicente mata os dois amantes para se vingar e limpar a sua honra perante a sociedade.
Na segunda parte, o livro mostra o ponto de vista do marido traído, Vicente, seu sofrimento e seu amor pela esposa. Nesta parte é revelada a participação do pai de Bianca no assassinato: foi ele quem deu a arma para Vicente matar a filha e o neto - a mulher estava grávida - para limpar a honra da família e diminuir sua vergonha perante a cidade. No julgamento é revisto o caso pelo ponto de vista de outras pessoas e o assassino é absolvido. O advogado que o defendeu, porém, antes de ir embora resolve agir como a consciência da cidade, expondo a todos sua vilania e insensatez ao julgar o casal de adúlteros.
Walmir Ayala não é muito conhecido, mas tem uma vasta bibliografia que inclui ficção, poesia e literatura infantil. Atuou como jornalista e ganhou muitos prêmios com suas poesias. Para conhecer algumas poesias do autor, clique em http://www.revista.agulha.nom.br/wayala02.html ou em http://www.antoniomiranda.com.br/Brasilsempre/walmir_ayala.html , no último link é possível ver traduções em espanhol de seus poemas. Só para dar um gostinho:
CRER
Creio em mim. Creio em ti. Deus, onde mora?
Na vontade de crer que me consente
humano e ardente.
No meu repouso em ti, que me alimenta.
No que vejo e recebo, nesta vara
florida num deserto, em meu maná
de agora e de jamais. Saber-me hoje
tão digno do tempo que me mata
é arder-me em Deus, e este saber me basta. CRER
Creio em mim. Creio em ti. Deus, onde mora?
Na vontade de crer que me consente
humano e ardente.
No meu repouso em ti, que me alimenta.
No que vejo e recebo, nesta vara
florida num deserto, em meu maná
de agora e de jamais. Saber-me hoje
tão digno do tempo que me mata
é arder-me em Deus, e este saber me basta. CRER
2 comentários:
Tu só nos traz tragédias na sexta Cibelli hehehe Mas parece ser uma bela história. Interessante o lance dos pontos de vista diferentes...
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