Hoje meu post é sobre o livro “A Descoberta da América (que ainda não houve)” do escritor Eduardo Galeano. Eu já comentei sobre o autor uruguaio em um post anterior (23 de Novembro), mas, como é o fim de um ciclo, resolvi escrever sobre um livro que trata desta parte do continente que foi o tema de nossas postagens: a América Latina. O continente latino-americano é tema recorrente deste autor e este livro discute, entre outras coisas, sobre o que representa o ofício de escritor no continente – seria este trabalho capaz de provocar verdadeiras mudanças?
Galeano discorre sobre dez erros ou mentiras sobre a cultura e a literatura latino-americana. Entre os exemplos de idéias criticadas está aquela que diz que a nossa literatura é barroca porque a nossa natureza é exuberante. O autor pensa, também, no problema do acesso aos livros – num continente onde nem todos têm o que comer, quantos têm acesso à literatura?
O escritor oriental mostra nosso continente de uma forma nua e crua e lembra o quanto dos problemas de hoje são herança do período de colonização européia. O modo de vida livre e sem propriedade dos habitantes pré-colombianos são reiteradamente citados pelo autor. Ele lembra, por exemplo, que a homossexualidade era uma prática aceita em boa parte do continente e que foi duramente reprimida pelos colonizadores. Hoje, a América Latina é um continente extremamente conservador e machista.
Não conhecemos nosso continente. Lemos autores de várias partes do mundo, mas torcemos o nariz para quem escreve aqui. Imitamos modos culturais europeus e norte-americanos (estadunidenses?) e massacramos a nossa cultura, identificando-a como bárbara e atrasada. Nossa terra tem grandes problemas, e Galeano não se furta de mencioná-los nesse e em seus outros livros. Ele, porém, mostra a beleza de ser que nós temos, e é isso que me agrada tanto nele. Não consigo imaginar outro autor para comentar neste post. A América Latina é um continente que precisa ser descoberto, principalmente pelos seus. Precisamos nos olhar sem procurar enxergar a imagem do colonizador, seja o europeu de antes ou o norte-americano de hoje. Ser um latino-americano não é ser um índio, um europeu ou um africano, mas não sabemos exatamente o que é. A América continua sendo o Novo Mundo, aquele que espera para ser grande; quando, ninguém sabe. Deixar de ser a eterna promessa de bem-aventurança e ser o futuro agora depende de nós, de gostarmos e lutarmos pelo que somos. Não sei se os textos desse blog ajudam de alguma forma nessa tarefa, mas espero, sinceramente, que sim.
Galeano discorre sobre dez erros ou mentiras sobre a cultura e a literatura latino-americana. Entre os exemplos de idéias criticadas está aquela que diz que a nossa literatura é barroca porque a nossa natureza é exuberante. O autor pensa, também, no problema do acesso aos livros – num continente onde nem todos têm o que comer, quantos têm acesso à literatura?
O escritor oriental mostra nosso continente de uma forma nua e crua e lembra o quanto dos problemas de hoje são herança do período de colonização européia. O modo de vida livre e sem propriedade dos habitantes pré-colombianos são reiteradamente citados pelo autor. Ele lembra, por exemplo, que a homossexualidade era uma prática aceita em boa parte do continente e que foi duramente reprimida pelos colonizadores. Hoje, a América Latina é um continente extremamente conservador e machista.
Não conhecemos nosso continente. Lemos autores de várias partes do mundo, mas torcemos o nariz para quem escreve aqui. Imitamos modos culturais europeus e norte-americanos (estadunidenses?) e massacramos a nossa cultura, identificando-a como bárbara e atrasada. Nossa terra tem grandes problemas, e Galeano não se furta de mencioná-los nesse e em seus outros livros. Ele, porém, mostra a beleza de ser que nós temos, e é isso que me agrada tanto nele. Não consigo imaginar outro autor para comentar neste post. A América Latina é um continente que precisa ser descoberto, principalmente pelos seus. Precisamos nos olhar sem procurar enxergar a imagem do colonizador, seja o europeu de antes ou o norte-americano de hoje. Ser um latino-americano não é ser um índio, um europeu ou um africano, mas não sabemos exatamente o que é. A América continua sendo o Novo Mundo, aquele que espera para ser grande; quando, ninguém sabe. Deixar de ser a eterna promessa de bem-aventurança e ser o futuro agora depende de nós, de gostarmos e lutarmos pelo que somos. Não sei se os textos desse blog ajudam de alguma forma nessa tarefa, mas espero, sinceramente, que sim.
Para ler alguns textos sobre a América Latina, clique em http://antonioluizcosta.sites.uol.com.br/Alatina.htm
Sobre a forma com o continente é representado no jornalismo brasileiro, veja o texto http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=557
E no link http://www.latinoamericano.jor.br/ é possível ver algumas reportagens sobre a América Latina.
"Somos o que fazemos, e sobretudo o que fazemos para mudar o que somos: nossa identidade reside na ação e na luta".
Eduardo Galeano
Eduardo Galeano